quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ciberjornalismo

Decompondo a palavra conclui-se facilmente que são conteúdos jornalísticos produzidos com o fim de serem publicados na Web. Mas sendo a publicação na Web aberta a todos, principalmente com a expansão da blogosfera, torna-se necessário definir o que diferencia conteúdos jornalísticos de outros tipos de conteúdos produzidos que possam, à primeira vista, passar por tal.


É importante distinguir o ciberjornalista do (tão na moda) conceito de “jornalista cidadão”. Assim sendo, reconhece-se que os autores desses conteúdos têm de ser “jornalistas profissionais” (deixemos a polémica à volta deste conceito de lado) preparados especificamente para trabalhar no meio tecnológico. Como profissionais entenda-se de uma forma informal, então, como aderentes a um código implícito ou explícito de valores éticos intrínsecos à profissão.


Em termos formais, o jornalista é visto como «auferindo pelo menos metade do seu ordenado mensal como jornalista, trabalhando no contexto de uma redacção ou quadro redactorial no seio de uma empresa de media e concretizando pelo menos uma das quatro seguintes actividades centrais: recolha de notícias/investigação, selecção, escrita/processamento, edição.» (Bastos, 2005)

O ciberjornalista também se distingue dos restantes membros da profissão. Não é um jornalista de imprensa que passa o texto para um site. Não é um jornalista televisivo que faz o upload da sua reportagem. Nem é um jornalista de rádio que disponibiliza o seu áudio online. (Ou pelo menos não deveria ser.)


O ciberjornalista tem que trabalhar com «características particulares da Internet no seu trabalho diário: multimédia, interactividade e hipertexto.» (Bastos, 2005). Ou seja, enfrenta o desafio ou tem a vantagem – aqui entra a questão do copo meio cheio ou meio vazio – de poder/ter de conjugar texto, imagem, vídeo e áudio; ser facilmente contactável pelos consumidores dos seus conteúdos e comunicar directamente com eles; e interligar conteúdos seus ou mesmo de outros autores acabando com o espartilho do limite de tempo/espaço imposto nos media “tradicionais”.

FRIEND, Cecília, SINGER, Jane B. Online Journalism Ethics – Traditions and Transitions. New York, M. E. Sharpe, 2007.

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